sábado, 18 de abril de 2009

Qual o meu espanto

Gaja muito boa, calças de pano azuis, justas às pernas e às nádegas, realçando as suas belas formas numa harmonia que só a sua postura superava. Julguei-a para pouco menos da meia idade.
Em lugar público aproxima-se, mas num aproximar ritmado, demonstrando um cálculo e uma acção calculada, após três minutos passados, trinta centímetros nos separavam.
Encontrando-me imóvel até então, a fraqueza foi mais forte. Pouso a cesta das compras a nordeste de mim a noroeste dela. Ouço o número da senha que me tinha sido destinada e assim o meu pensamento voou para a refeição que tinha de comprar. Qual o meu espanto quando reparo que a minha cesta, a qual me iria fazer baixar o corpo para a levantar, estava misteriosamente aconchegada, começando pelas pernas, pelo corpo daquela mulher.
O que fiz? Recebi o que tinha pedido, peguei nas compras e abandonei a senhora.
Porquê? Boa pergunta.